Caminhando 5 km para um lado ou 13 km para o outro você chega no Egito ou na Jordânia. Se andar um pouco mais pra longe do mar e dos prédios recheados de letreiros que fazem parecer que estamos em Las Vegas, você chega num mar de uma cor só: o deserto.
É aí, no meio de um lugar que pareceu colocado ali de uma hora pra outra, que fica a cidade de Eilat, ainda em Israel, mas mais próxima das cidades vizinhas de Taba, no Egito e Aqaba, na Jordânia.
O destino fica completamente na contramão das maiores atrações do país, no extremo sul de Israel, no Mar Vermelho, mas bem próximo de Petra, o carro-chefe do turismo na Jordânia.
Grande parte da economia de Eilat gira em torno do turismo, principalmente de visitantes locais, já que a cidade é um famoso lugar de praia dos israelenses. Também se gaba e se beneficia de ser um destino tax free (livre de impostos), o que impulsiona a economia local ainda mais pra cima.
Mas se o destino não é tão popular assim fora de Israel, como fomos parar lá?
Mais uma vez, a Tati encontrou uma baita promoção na Ryanair, que estava lançando a rota, e resolvemos encarar.
O que fazer em Eilat?
A dúvida que restava era o que fazer em Eilat, mas isso se resolveu rapidinho. Opções de passeios não faltam.
A chegada
Chegamos no antigo aeroporto militar de Eilat Ovda, que havia sido recém-inaugurado e de tão fresco que estava não tinha nem caixa-eletrônico ou qualquer maneira de trocar dinheiro.
Além disso, pasmem, a área de embarque era um barracão – bem ajeitado por dentro, é verdade, mas ainda assim com um ar de amadorismo pra quem pretendia ter algo tão sério como aviões decolando a 50 metros dali.
Ao pegar o ônibus para o centro de Eilat, ficamos sabendo que não tinham nem duas semanas que as rotas comerciais tinham começado por ali.
Transfer de 50 minutos
Embarcamos em um ônibus de transfer que custou 21 Shekels (algo em torno de 7 euros) para uma viagem de quase uma hora pelo breu do deserto em uma estrada que costeia a fronteira do Egito por um bom tanto.
O serviço de transfer é oferecido tanto por uma empresa particular, quanto pela empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade.
Optamos pelo transporte público e de cara percebemos os desafios da viagem. Para comprar a passagem com o motorista – só usando o dinheiro local. Por sorte, tínhamos trocado um tanto de dinheiro antes de embarcar. Outros viajantes menos preparados pediam informações para o motorista, mas ele praticamente não falava inglês.
O Paraguai do mar vermelho
Desembarcamos no centro da cidade, que nos primeiros minutos me lembrou Sapezal, no Mato Grosso. Parecia um lugar pequeno e pacato, cheio de golfinhos esculpidos em cada praça ou rotatória.
Mas foi só descer algumas ruas a pé para mudar de perspectiva completamente. Hotéis em formatos e tamanhos diferentes, letreiros gigantes e shoppings me fizeram pensar que estávamos no Paraguai.
Show de luzes com música
No caminho para o nosso hotel, o google maps mostrou que estávamos passando por uma atração turística da cidade, a Musical Fontain (fonte musical).
Acabamos indo lá no dia seguinte às 19h30 (são só duas sessões por dia). Diferente do show de luzes de Montjuic, em Barcelona, a água não é sincronizada com o ritmo, parece mais uma coreografia. E as músicas são pop, variando de Lady Gaga até a trilha de Missão Impossível.
O show dura quase vinte minutos e atrai um bom tanto de gente. É uma boa distração para a noite.
Observatório submarino com tubarões
Como o Mar Vermelho tem uma fauna submarina riquíssima, Eilat tem várias atrações para quem gosta da vida debaixo do mar.
Uma delas é o Coral Underwater Observatory, um parque com vários pontos de observação de diferentes animais muito legal para aprender um pouco mais sobre as espécies da região.
O observatório submarino leva o nome do parque e é uma das melhores atrações por lá. Em uma torre que pode ser alcançada ao caminhar por um píer, descemos as escadas e pudemos observar os peixes a seis metros abaixo do nível da água.
Uma parte do observatório existe desde 1974 e, com o tempo, diversos recifes de corais se formaram em volta, o que atrai muitos peixes.
Outra parte muito legal por ali é a piscina dos tubarões, que é um tanque gigante que abriga não só diferentes espécies de tubarões como arraias e muitos peixes.
Os tubarões podem ser observados por uma mega parede de vidro e se você estiver lá na hora marcada pode ver o momento em que um funcionário entra no tanque para alimentar os peixes, o que atrai todos eles de uma vez só pra perto dos turistas.
Mergulho na Coral Beach
Nós já havíamos mergulhado uma vez em Palma de Maiorca, na Espanha, mas de um jeito diferente, com um tanque de oxigênio para quatro pessoas e tubos interconectados.
Pela primeira vez nos aventuramos com o tubo de oxigênio nas costas. A experiência de mergulhar no Mar Vermelho a Tati conta em um outro post, mas, pra quem está na dúvida se vale ou não a pena mergulhar em Eilat, espero que a imagem acima tenha resolvido a sua indecisão.
Vendo os golfinhos de perto
Em um dos dias em Eilat, separamos uma parte da tarde para conhecer o Dolphin Reef e a Dolphin Beach, uma praia que tem uma área especial, com quatro golfinhos.
Nunca vi a Tati tão animada para fazer alguma coisa como para esse passeio.
Chegamos no local, compramos as entradas e fomos direto para as plataformas de observação dos golfinhos, que são passarelas sobre a água que os golfinhos cruzam por debaixo.
Além de admirar os animais das plataformas, também é possível mergulhar ou fazer snorkeling. Os golfinhos vêm e vão com frequência, muitas vezes passando bem perto dos turistas e até parando um pouquinho para receber carinho dos funcionários do local.
O local conta com grande acessibilidade e até pessoas em cadeiras de roda podem visitar a plataforma.
A única coisa é que como a plataforma é flutuante, algumas partes acabam se mexendo bastante com o movimento do mar. É bom escolher um lugar mais calminho se você costuma ficar enjoado.
Praias para garantir o bronze na volta pra casa
Eilat não tem faixas de areia enormes e cada praia fica meio que desconectada da outra. O estranho é que, por vezes, na área mais perto do mar fica alguma instalação do exército e não uma praia.
Com isso, as poucas praias ficam bem concorridas. Uma das mais famosas é a Mosh Beach, que fica a uns 20 minutos de caminhada do centro da cidade. A faixa de areia é de areia mesmo, mas ao entrar no mar seu pé descobre que tudo ali é de pedra.
A Coral Beach também é popular entre os turistas, e fica ao lado de onde mergulhamos. É preciso pagar pra entrar, até catraca tem.
Outra praia paga é a Dolphin Beach, que na verdade cobra entrada para o complexo dos golfinhos. Mas essa vale muito a pena, pois além de tomar sol e entrar na água, você ainda pode observar os golfinhos.
E aí, que tal dar uma esticadinha até Eilat quando for para Israel?
E mais:
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