Paisagens lindas e passeios de trem beirando rios, vinhedos e diversos rótulos de renome fizeram da Europa um dos destinos mais badalados para quem gosta de vinho. Nos últimos anos, porém, principalmente com o crescimento do interesse do turista brasileiro pela Alemanha e República Tcheca, diversos passeios para amantes de cerveja ganharam muita popularidade.
Hoje, já existem diversas rotas de cerveja em alguns países, o boom das fábricas artesanais continua trazendo novas marcas e sabores para o público e novas experiências para quem gosta muito de cerveja inovam no jeito de apreciar a bebida mais popular do mundo.
Como para bom bebedor um copo só não basta, o Viagem 0800 resolveu mostrar nesse post alguns passeios inusitados pra quem gosta de unir turismo com cerveja.
Quem sabe algum deles não entra em sua próxima rota pela Europa?
Competição de consumo de cerveja
Berlim – Alemanha
O The Pub é um dos bares mais legais de Berlim pois possui um sistema genial em que você mesmo pode servir a sua própria cerveja.
Isso acontece porque cada mesa tem uma conexão direta com os barris do bar no subsolo.
Basicamente funciona assim: cada pessoa escolhe um número diferente e o insere num painel eletrônico antes de começar a servir.
Isso faz com que cada um saiba exatamente o quanto bebeu – e o quanto deve pagar.
Além de permitir uma pequena competição entre amigos, o que deixa o bar um atrativo turístico imperdível é o fato de que cada mesa compete com as demais mesas do bar e também com as mesas de outros The Pub na República Tcheca, Eslováquia, Romênia e Áustria.
Um telão no meio do bar mostra como estão os resultados em tempo real.
Não tente ganhar do pessoal na República Tcheca, fica a dica. 🙂
O The Pub Berlim fica em um ponto turístico bem conhecido, a Alexanderplatz.
Faça um safári de cerveja
Dusseldorf – Alemanha
A ideia de um Safári de cerveja segue um pouco a linha do Pub Crawl: você visita diferentes cervejarias e pode degustar os sabores em cada uma delas.
Em Dusseldorf, uma empresa criou o Altbier Safari, que leva os visitantes para conhecer 5 cervejarias no centro histórico da cidade e provar o forte sabor das cervejas Alt, ou antigas.
As cervejas Alt são produzidas à moda antiga e têm um sabor um pouco mais amargo e uma cor um pouco mais escura.
Por conta do modo como são fabricadas, essas cervejas não duram muito – a validade máxima varia de seis a oito semanas – e é isso que deixa a experiência tão especial, pois não é possível encontrar Altbier fora de Dusseldorf e seus arredores.
Curtiu a ideia? Aqui a gente explica em detalhes como funciona o Safári de Cerveja.
Visite um jardim de cerveja e a Oktoberfest
Munique – Alemanha
Pra ser sincero, quase toda cidade alemã promove sua própria Oktoberfest e tem algum Biergarten (Jardim da Cerveja).
Portanto, você pode ter essa experiência em diversos lugares do país, mas é realmente em Munique que você vai encontrar a experiência mais tradicional.
Os Biergärten, apesar da tradução literal indicar isso, em nada se parecem com jardins. Basicamente é uma cervejaria ao ar livre, repleta de mesas compridas e bancos para acomodar o maior número possível de pessoas.
Principalmente no verão, são lugares que ficam cheios de segunda a sábado (muitos estabelecimentos não abrem no domingo na Alemanha).
O que saber antes de ir pra Alemanha
Em Munique, o Biergarten mais antigo e tradicional é o da Augustiner Keller que, na nossa opinião, serve a melhor cerveja da Alemanha, a Augustiner.
Oktoberfest
Desculpe o clichê, mas não dá pra falar em uma rota de cerveja sem escapar da Oktoberfest.
A experiência de estar em uma Oktoberfest é inesquecível – ou deveria, se você não tiver bebido tanto.
Como falei de início, existem diversas versões da festa na Alemanha toda, sempre ao redor dos meses de setembro e outubro.
Caso você não consiga ir à Munique, vale a pena conhecer outras versões também.
A Oktoberfest da capital da Baviera, no entanto, é absurdamente maior do que a que vimos em qualquer outro lugar.
Tendas gigantescas, uma ala que mais parece um parque de diversões e canecos de cerveja de tamanhos antes nunca vistos ajudam a entender a dimensão dessa festa para o país.
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Conheça uma fábrica por dentro
Irlanda – Holanda
Visitar uma fábrica de cerveja não é somente sobre cerveja. Atualmente, esses passeios viraram grandes atrações turísticas e de entretenimento.
Ou seja: não são interessantes somente pra quem gosta e entende de cerveja.
A Guinness Storehouse, em Dublin (Irlanda), é simplesmente a atração mais popular do país e recebe mais de um milhão de visitantes por ano.
O tour pela Guinness é bem informativo, repleto de curiosidades sobre o processo de fabricação da cerveja, marketing da empresa e também de história.
Por exemplo: você sabia que quando fundou a Guinness, o criador da cerveja – Arthur Guinness – arrendou o terreno por 9 mil anos?
O contrato está lá exposto, como prova do otimismo do empreendedor.
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Outra visita bem popular e a Heineken Experience, em Amsterdã.
O tour, que pode ser feito em português, conta a história da cerveja, passa pelos barris de armazenamento, ensina como servir chopp e ainda tem um momento esportivo, numa ala só sobre os esportes que a marca patrocina – tem até uma chuteira do Kaká que ele usou em um jogo da Champions League.
Ao fazer o passeio os turistas bebem dois copos de cerveja e ainda degustam uma outra. Além disso, também é possível criar seu próprio rótulo e gravar seu nome na sua Heineken.
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Visite museus de cerveja
Bélgica
A Bélgica não tem tanto renome como a Alemanha como o país da cerveja mas, quando se fala no país, chocolate e cerveja boa são as primeiras coisas a passar pela nossa cabeça, né?
Por ser tão pequeno tanto em tamanho quanto em população, o país belga é um grande fabricante de cervejas.
Apesar de produzir apenas 1% do volume global da bebida, o país produz 10 vezes mais per capita do que a média global.
A loucura pela cerveja é tanta que, no período e um ano, existe quase um festival de cerveja por semana.
Que tal estar em 3 países ao mesmo tempo? A Bélgica é um deles!
Tamanha paixão não está somente retratada nos milhões de litros produzidos por ano e na diversidade de sabores, mas também em diversos museus!
Só na região de Flandres existem diversos museus, incluindo um inteiramente dedicado ao Lúpulo: o Hop Museum, em Poperinge. É lá que está uma provável explicação para a qualidade da cerveja belga.
Os belgas passaram por uma grande mudança no cultivo de lúpulo do século 19 para cá. Em 1880, por exemplo, haviam mais de 4 mil hectares de lúpulo plantados por lá.
Atualmente, são apenas 32. A mudança drástica ocorreu porque hoje o foco está na qualidade do lúpulo, com poucas variedades e cultivo quase que artesanal em vez de industrial.
Apesar disso, segundo o leitor Guilherme Tambascia bem nos ensinou aqui nos comentários, o diferencial da cerveja belga se dá pela qualidade da levedura!
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Em muitos museus também é possível conhecer o processo de fabricação e degustar alguns sabores, como a Timmermans – eleita recentemente a melhor cerveja amarga do mundo.
Relaxe em um Spa de cerveja
Praga – República Tcheca
A República Tcheca é a responsável pela existência da cerveja Pilsen, que deriva do mesmo nome da cidade que inventou uma nova maneira de produzir cerveja na Segunda Revolução Industrial.
Hoje em dia, algumas cervejas Tchecas são consideradas as melhores do mundo e estão no páreo com rótulos alemães e belgas para ver qual país é o Top of Mind da cerveja.
Praga além da cerveja: motivos para não deixar para depois
A loucura por cerveja lá é tanta que existem até Spas de Cerveja, em que você pode não só beber sua cerveja predileta como também fazer tratamentos à base da bebida.
Segundo o pessoal do Beer Spa, de Praga, a alta concentração de óleo de lúpulo na banheira, por exemplo, ajuda a fechar os poros.
Além disso, o banho é rico em vitamina B e a levedura é um bom ingrediente para rejuvenescer a pele.
O mais doido disso tudo é que o cliente pode abrir uma torneira na banheira e servir chopp para si mesmo de forma ilimitada. E aí, você encara?
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Dicas para economizar na viagem
Se você já esteve na Oktoberfest, já visitou alguma fábrica de cerveja ou participou de qualquer uma das atividades acima, deixe o seu comentário, queremos saber o que você recomenda, o que mais gostou!
Espero que esse post tenha contribuído com boas ideias para inspirar a sua próxima viagem e, se você está no Pinterest, pode dar um Pin na imagem acima pra ajudar esse artigo chegar em mais pessoas.
Foto de capa: Augustiner Keller
Bom dia Daniel,
Interessante post e vou colocar algumas sugestões
U Fleku – Praga – brewpub (bar que faz sua própria cerveja) mais antigo de Praga que diferente das Pilsner esperadas em Praga é uma cerveja escura do tipo Schwarzbier.
Mosteiro trapista na Bélgica (qq um) – antigos monastérios onde as cervejas são produzidas por monges trapistas (uma espécie de ordem de monastérios, são só 11 no mundo todo) e contam com essa tradição há vários séculos
Alguma cervejaria Lambic na região de Flandres Bélgica – cervejarias antigas onde os tanques de cerveja são abertos e a fermentação é feita por bactérias que se encontram no ar…as cervejas demoram anos para ficar prontas e por isso estão entre as mais caras…não são todos que gostam pois a cerveja é mais ácida (para não dizer azeda rs)..as fábricas são tão antigas que são ainda de madeira e você vê diversas teias de aranhas dando um ar bem medieval e de suspense
Beber uma Cask Ale em Londres. Encontrado em alguns pubs (geralmente escrito do lado de fora) a Cask Ale é a moda antiga de se servir cerveja que voltou a ser servida na década de 70. Direto do barril sem pressão de CO2, a cerveja envelhece mais rápido, como não tem pressão quase não tem espuma, e é servida a temperatura de adega (12 – 16 graus). Não é uma loira gelada mas uma “bronzeada fresca” rsrs
Agora, se permite uma pequena correção….a qualidade da cerveja na Bélgica não está relacionada ao lúpulo mas sim a levedura. As cervejas do que chamamos “escola Belga” tem como característica um gosto muito suave de lúpulo, praticamente inexistente e esta redução da quantidade se deve muito para evitar a “competição” de sabores e aromas com a estrela principal, a levedura….
Grande abraço
Obrigado pelo comentário, Guilherme!
Vou levar suas dicas a sério e tentar encaixar nos meus planos de viagem para este ano!
Obrigado pela correção, vou ajustar o post.
Daniel, quanto se gasta em média numa viagem destas?
Difícil estimar, Alexandre. Depende do número de destinos a conhecer, se vai de carro ou avião, quantos dias e os preços de hotéis na época da viagem.
Ja tem varios “tours” pra eu colocar no meu Bucket list:
_ Ainda nao fiz o Bier Safari em DUS 🙁
– Pilsen
– Belgica
– Guiness
Muito bom o post!!! abssss
Bora fazer esse de Dusseldorf por primeiro, Fernando! Já tô craque, posso ser o guia! 😛
Atualmente, temos medo de viajar e seremos surpreendidos pelos refugiados. É muito assustador.
Maria, os refugiados são pessoas deixando seus países em uma situação de conflito, para poder viver em paz. O avião da Germanwings foi derrubado por um alemão, os conflitos em Charlottesville foram causados por radicais americanos e por aí vai. Se o mundo está mais inseguro para viajar ou viver, eu não sei, mas os refugiados não são o problema.
Com certeza Daniel. Nunca tive esse medo em minhas viagens!!! super abs
Caraaaaaaaaca!
Tô embarcando já! Hahaha
Como não fomos no The Pub em Berlim????
Que vontade de visitar a Guiness…sou apaixonada por essa cerveja!
Adorei a matéria!!! 😍😍😍
Muito massa, né, Fer! A gente curte muito, principalmente a “competição ao vivo” no telão do bar! Vamos com certeza quando você vier!